terça-feira, 24 de março de 2015

Disco voador na Barra da Tijuca?!

(Matéria feita pela a revista O Cruzeiro)
O Caso da Barra da Tijuca teve seu início em 7 de maio de 1952, quando dois repórteres (Ed Keffel e João Martins) que realizavam uma reportagem sobre a Barra teriam fotografado um disco voador em evoluções sobre a região. Tal fato foi amplamente divulgado pela extinta Revista O Cruzeiro em sua edição de 17 de maio de 1952, que trazia um encarte extra com o título "Disco Voador na Barra da Tijuca". Os repórteres teriam obtido 5 fotografias do referido objeto.

O caso tornou-se conhecido no mundo inteiro despertando o interesse de ufólogos e autoridades. Até mesmo a Força Aérea Brasileira (FAB) realizou investigações nas fotografias confirmando sua autenticidade. Mais tarde a Força Aérea Americana realizou outro estudo nas imagens também confirmando sua autenticidade. Estas baterias de testes que confirmaram as imagens aumentaram a confiança dos ufólogos nas imagens e por décadas ela foi citada em livros, revistas, palestras e reportagens.
A Força Aérea Brasileira (FAB) enviou agentes à paisana ao local onde as imagens teriam sido obtidas e realizou testes com tampas, calotas discos de papelão. Esta investigação ocorreu apenas 3 dias depois de obtidas estas fotografias. Estes oficiais produziram um relatório bem minucioso confirmando a autenticidade das imagens.
Esta investigação da FAB indiretamente deu origem às primeiras controvérsias em torno do caso. No dia em que estes agentes estiveram no local fazendo os testes, repórteres estrangeiros estiveram no local entrevistando os pescadores que mencionaram a presença dos militares fazendo testes com réplicas de papelão e tampas de panela. Os repórteres publicaram a notícia de que tudo era falso. Como não houve manifestação imediata dos autores da foto a polêmica aumentou.
O Dr. Olavo Fontes, médico e ufólogo enviou o artigo original da Revista O Cruzeiro e as respectivas fotos para a APRO (entidade de pesquisa ufológica americana muito ativa na época) e estas acabaram sendo incluídas no relatório Condon.
Devido à estes fatos o caso dividiu ufólogos. De um lado haviam defensores do caso que as aceitavam como genuínas. De outro ufólogos contestando a autenticidade das mesmas. A polêmica quase terminou décadas depois quando o ufólogo paulista Claudeir Covo (INFA) conseguiu provar que o caso era na verdade uma farsa. Para isso ele foi até o local no mesmo dia do ano e horário em que as fotografias foram obtidas e realizou diversos testes.
A polêmica só não encerrou-se definitivamente pois ainda existe ufólogos da velha guarda da Ufologia Brasileira que ainda aceitam tais fotos como genuínas.

  • A carta de uma testemunha "fantasma" 
Uma questão crucial sobre este caso na Barra da Tijuca é sobre as possíveis outras testemunhas, que poderiam ter avistado o sobrevoo do "disco voador" sobre o mar. Em seu artigo o ufólogo Claudeir Covo escreve:

"Eles (Ed Keffel e João Martins) ligaram para a redação e informaram o fato. Ainda procuraram por testemunhas, mas nada. O pescador Claudionor, o Nonô, nada vira. O dono do bar, também. Dois casais que ali estavam comendo camarões nada viram."
  
(Uma das fotos de Ed Keffel)

Baseado no que o ufólogo Covo escreveu e pelo que é narrado na literatura neste caso, é de que não houve outras testemunhas do avistamento de um UFO na região - além dos dois repórteres. No entanto, em um trecho do livro da pesquisadora Irene Granchi, "UFOs e Abduções no Brasil", na página 40, ela afirma que recebeu uma carta de um médico que teria sido testemunha da aparição. 

Segundo Granchi, a carta do suposto médico descreve que ele se encontrava próximo ao local do avistamento, junto com sua esposa, no mesmo dia e hora da aparição do "disco voador".

Granchi nada mais conta sobre essa suposta testemunha. Na verdade, ela nunca encontrou pessoalmente este médico e nem colheu seu depoimento por outro meio. Sem maiores confirmações, aparentemente esta teria sido uma carta anônima. A pergunta que fica é: existiu essa testemunha?

(Ed Keffel)
  • A ufologia brasileira nasceu de uma fraude
Por convenção, o nascimento da ufologia brasileira é atribuído ao caso da Barra da Tijuca, ocorrido em 1952. Alguns ufólogos acreditam que esse marco seja uma "mancha negra" na ufologia brasileira, já que o episódio foi considerada uma rebumbante fraude. A verdade é que essas datas são apenas convenções, e não o registro exato do nascimento de uma disciplina. 

Se a ufologia brasileira nasceu de uma fraude, a mundial nasceu de um engano. O nascimento da ufologia mundial foi marcado pelo avistamento de alguns UFOs pelo aviador Kenneth Arnold, ocorrido no ano de 1947.

Entretanto, apesar dele ter afirmado que avistou alguns objetos sobrevoando próximos ao Monte Rainier, os UFOs descritos por ele não tinha o formato de disco - ao contrario do que a imprensa da época publicou. Pouco importava publicar uma posterior errada nos jornais, o mito das naves extraterrestres com formato de disco vem a partir dali.  

  • Defensores remanescentes querem refutar a decisão de fraude
Depois que as pesquisas de Claudeir Covo foram publicadas declarando fraude fotográfica neste caso, alguns pesquisadores declararam que iriam rebater a conclusão com novos dados.

(Close de uma das fotos de Ed Keffel)

Até hoje não apareceu nenhum estudo que derrubasse a divergência da iluminação entre o "disco voador" e o ambiente. Aliás, a conclusão de montagem fotográfica já havia sido constatada décadas atrás, através das analises feitas pelos investigadores do relatório Condon.

Referencias:

Além da Ciência
Link: http://www.alemdaciencia.com/nova-analise-da-montagem-fotografica-de-um-disco-voador-no-caso-barra-da-tijuca/

 FenomenoUfo
Link: http://fenomenoufo.com.br/wp/?p=197

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